quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Nossa Senhora Aparecida - Rogai por nós!


Como a imagem negra e despojada encontrada no rio Paraíba do Sul, Maria não necessita nenhum adorno. Néscio é aquele que pinta um diamante; tolo é aquele que cobre uma pérola de purpurina; fantasioso é aquele que pretende enfeitar uma rosa que acaba de se abrir pela manhã; insensato é aquele que tenta acariciar uma borboleta que acaba de sair de seu casulo. Maria é o diamante, a pérola, a rosa, a borboleta. Livre de toda indumentária, ela é mais formosa.
De nada nos servirá descobrir a pérola em Maria se não a descobrimos também em nós mesmos. Somos milhões de diamantes que habitamos esta terra, embora cobertos de terra e barro. De nada nos servirá descobrir a pérola em Maria se não a descobrimos em nós em nós também.

Contemplar Maria e deixar desvelar (tiar o véu) a nobreza humano-divina escondida em nosso interior.

Em Maria descobrimos aquilo que, na essência, todos somos. Conhecer seu verdadeiro ser é a chave para a interpretação atualizada da festa de hoje. Não devemos nos conformar em olhar Maria para ficarmos extasiados diante de sua beleza. O que descobrimos nela, devemos também descobrir em nosso próprio ser. O que importa realmente é que em Maria e em todo ser humano há um núcleo intocável que nada nem ninguém pode manchar. O que há de divino em nós será sempre imaculado. Tomar consciência desta realidade, seria o começo de uma nova maneira de entender a nós mesmos e de entender os outros.

Somos habitados por uma realidade mais profunda que a nossa resistência, um sim mais profundo que todos os nossos “nãos”, uma inocência original que todos os nossos medos e feridas...
Maria é a nossa verdadeira natureza, é a nossa verdadeira inocência original, aberta à presença do divino.
Nesse sentido dizemos que ela é Imaculada como referência única de uma humanidade que também é capaz de escutar Deus e de responder-lhe; ela é Imaculada porque nos “desvela” que também nós podemos romper as amarras que nos desumanizam; ela é Imaculada porque “revela” que o ser humano é “lugar” de abertura a Deus, que é possível viver em liberdade, dialogando com os outros, a serviço da comunhão e da vida.

A saudade


MATURIDADE